Bom dia!!
No último post falamos a respeito de autoestima na relação, que pode gerar consequências negativas nos relacionamentos, e hoje vou falar um pouquinho a respeito da dependência emocional que muitas pessoas têm em relação aos seus pares. De acordo com o CID 10, o transtorno de personalidade dependente é caracterizado por: “tendência sistemática a deixar a outrem a tomada de decisões, importantes ou menores; medo de ser abandonado; percepção de si como fraco e incompetente; submissão passiva à vontade do outro e uma dificuldade de fazer face às exigências da vida cotidiana; falta de energia que se traduz por alteração das funções intelectuais ou perturbação das emoções; tendência frequente a transferir a responsabilidade para outros”.

A dependência emocional, ou co-dependência, pode se desenvolver ainda na infância. Por exemplo, pais superprotetores que não permitem que os filhos tenham liberdade de fazer as próprias escolhas ou que sejam autônomos e independentes podem ajudar no desenvolvimento desse processo. Mas isso não significa que não pode se desenvolver na vida adulta, por exemplo, pessoas que se sentem rejeitadas ou passaram por um relacionamento abusivo. É claro que não podemos generalizar e dizer que todos que se colocaram em algum momento em situações aversivas vão desenvolver uma co-dependência, devemos lembrar que isso depende de várias questões.

A dependência emocional se torna uma armadilha porque deixamos de viver nossa vida em prol do outro, vivemos a vida do outro, transformamos o outro em nosso único universo, tipo aquela frase “Deus no céu e fulano na terra”. Porém ao passo que fazemos isso, além de deixar nosso universo para trás, perdemos completamente nossa identidade e passamos a acreditar que não existe vida sem o outro, acreditamos piamente que precisamos incondicionalmente da presença e atenção do outro.

Relacionamentos estruturados dessa forma não são saudáveis, pois geram muito sofrimento para ambas as partes, além disso tornam a convivência extremamente pesada, tensa, e em casos mais extremos podem inclusive destruir a vida do casal.

É importante que antes de se relacionar com alguém a pessoa tenha um bom conhecimento de si mesma, que saiba onde o calo aperta e o que a faz feliz, a partir disso conseguirá perceber se uma relação será interessante ou não. Eu acredito que só conseguimos desfrutar inteiramente de uma relação quando conseguimos ser felizes sozinho, sendo assim, se joguem no autoconhecimento, descubram o que faz com que sintam frio na barriga, que faz com que deem risadas até doer as bochechas, que façam chorar, que se sintam autoconfiantes, que aumentem a autoestima!
Graduada em Psicologia pelo Centro Universitário de Brasília - UniCEUB, com formação em Terapia Sexual pela Clínica Integrada de Psicologia e Sexologia - CIPS. Se apaixonou perdidamente pela Psicologia Clínica e atende adultos e casais na Equilibrium Clínica de Psicologia. CRP 01-15472.
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